O Conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) decidiu ontem, dia 2 de Fevereiro, subir as taxas de juro de referência na Zona Euro em 50 pontos base para 3%. A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde avançou ainda que intenciona voltar a aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base no próximo mês de Março.
Entretanto, apesar da subida dos juros ter feito subir os preços das casas e dificultado o acesso ao crédito, o mercado de arrendamento não tem sido alternativa para quem precisa de casa em Portugal. O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, diz que a lei do arrendamento actual está a levar muitos proprietários a evitar colocar casas no mercado. Reconhecendo que tem havido uma procura crescente nas casas para arrendar e que os preços estão a subir, ao contrário do que sucede em muitos países europeus, as alterações ao enquadramento jurídico têm criado falta de confiança por parte dos proprietários, que preferem não correr riscos quando têm a percepção de que as regras não jogam a seu favor. Um exemplo é a alteração que limita a fiança a duas rendas. De acordo com o presidente da ALP, esta situação cria dúvidas sobre a capacidade financeira do inquilino porque não oferece garantias. “Num país de salários baixos, vem aumentar ainda mais o receio de que a renda nem venha a ser paga”, acentuando que não é possível “ter uma lei que só favorece uma das partes”, já que “depois a outra parte não quer celebrar o contrato”.