A crise, que desde há vários números vimos analisando nas nossas publicações de referência, não dá mostras de abrandar. Como refere Francisco Melro, “atravessamos um período muito perturbado, previsivelmente longo, de desfecho incerto”. E reconhece: “A sorte da economia é indissociável da sorte da guerra e dos caminhos políticos que forem sendo trilhados”. Uma síntese perfeita da actual situação no mundo.

A saída difícil não está ao alcance dos governos de cada país. Escreve João César das Neves: “Exigir ao poder que elimine o actual sofrimento é como intimar que suprima o vírus ou acabe com os combates”. Claro que, como recorda Teodora Cardoso, é indispensável que os governos passem “a dar atenção aos problemas estruturais, em vez de os usarem como desculpa para o que corre mal”.

Decididamente, a saída da crise que o mundo atravessa é difícil, tem contraditórios protagonistas – uns visíveis e outros nem tanto. Contudo, não alinhemos no clichê segundo o qual os dirigentes que actualmente governam o mundo são todos medíocres/incompetentes. Não se sabe como actuariam hoje Winston Churchill, Franklin Roosevelt ou Charles de Gaulle…

Neste Anuário da Economia Portuguesa, são analisados por reputados especialistas da economia e do desenvolvimento, alguns dos temas mais prementes da actualidade, como a política monetária (incluindo a inflação), o conflito na Ucrânia e os problemas do alargamento da União Europeia, a cooperação com a China e os países lusófonos, o sub-endividamento das empresas portuguesas, o impacto da inteligência artificial na economia, a ética empresarial, o futuro da classe média, os sistemas de saúde público e privado e a transformação do SNS, os sectores bancário, automóvel, dos seguros e do turismo bem como algumas pistas para uma agricultura mais sustentável.

Escrevem: Francisco Melro (Economista), Teodora Cardoso (Antiga Presidente do Conselho das Finanças Públicas), João César das Neves (UCP), Alice Cunha (IPRI-NOVA FCSH), Fernanda Ilhéu (ISEG), Vítor Bento (Presidente da Associação Portuguesa de Bancos) e João Tomaz (Associação Portuguesa de Bancos), Diogo Ribeiro Santos (AESE), Albertina C. Dias (Professora Universitária) e Francisco Murteira Nabo (Antigo Bastonário da Ordem dos Economistas), Francisco Vieira (AESE) e Pedro B. Água (CINAV-Escola Naval/AESE), Jorge Rodrigues (ISCAL), Glória Rebelo (ULHT), Constantino Sakellarides (Escola Nacional de Saúde Pública da UNL), Pedro Pita Barros (NOVA SBE), Steven Braekeveldt (Ageas Portugal), Gonçalo Caleia Rodrigues (ISA), Licínio Prata Pina (Presidente do Grupo Crédito Agrícola), Licínio Cunha (Economista), Miguel Carvalho e Branco (Economista), Francisco Jaime Quesado (Especialista em Inovação e Competitividade), Carlos Coelho (Presidente da Ivity Brand Corp).

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