Pela décima vez consecutiva, o Banco Central Europeu (BCE) subiu a taxa de juro de referência, em mais 0,25 décimas, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da Zona Euro. A taxa está agora em 4,5%. No final da reunião realizada ontem em Frankfurt, a presidente do BCE, Christine Lagarde, justificou a medida por a inflação (ainda) estar demasiado alta. No entanto, o valor dos juros pode manter-se estável, dependendo da avaliação dos dados económicos. O BCE agravou as previsões de inflação na Zona Euro para este ano em 5,6% e para o próximo, em 3,2%. Só em 2025 estima uma descida para 2,1%, já encostado ao objetivo (2%).
A decisão do BCE relativa ao novo aumento das taxas de juro não obteve o consenso dos governadores dos bancos centrais, tendo o Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, votado contra.
As previsões de crescimento para o conjunto dos países da moeda única também foram revistas em baixa. A economia da Zona Euro escapa à recessão com 0,7% este ano e 1,0% em 2024. Para 2025, prevê-se que o crescimento atinja 1,5%. Christine Lagarde voltou a apelar aos governos para retirar as medidas de apoio à economia que, se continuarem, vão pressionar a inflação em alta.