A inflação deverá ficar em 7,8% este ano, revelou esta quinta-feira, o Banco de Portugal (BdP). Este valor fica acima de todas as estimativas feitas até agora. Em Junho, a previsão era de 5,9%. É o pior dos cenários até agora traçado. Apesar disso, é um valor que continua abaixo da média da Zona Euro.
A riqueza nacional também foi revista em alta ligeira. O País deverá crescer 6,7%, em vez dos 6,3% previstos em Junho. Uma subida que se explica sobretudo pela rápida recuperação do Turismo – sector que foi tratado com detalhe na última edição dos Cadernos de Economia.
O desemprego deverá crescer ligeiramente, passando de uma estimativa de 5,6% em Junho, para 5,8%.
No Boletim Económico de Outubro, o BdP lembra que “as perspectivas de curto prazo para a economia portuguesa deterioraram-se, reflectindo as repercussões da invasão da Ucrânia”, antecipando uma desaceleração da actividade económica já no próximo ano.
Em 2022, o rendimento disponível das famílias portuguesas deve estagnar (0,2%, após 2,2% em 2021), “condicionado pelo perfil marcado da inflação”, enquanto “a taxa de poupança reduz-se de 9,8% para 4,9%”. O investimento das empresas abranda, “crescendo apenas 0,8% (8,7% em 2021), num contexto de restrições de oferta, aumento dos custos de produção, agravamento das condições de financiamento, baixa execução dos fundos do PRR e elevada incerteza”, diz o BdP.
Nesse sentido, o Banco Central alerta que é “urgente promover uma utilização efectiva e eficaz dos fundos do PRR e acelerar a prossecução das reformas no seu âmbito, o que contribuirá para inverter a desaceleração recente do investimento privado e público e sustentar a actividade económica no curto e no médio prazo”.