A EDP alcançou esta terça-feira um marco histórico na sua trajectória de inovação energética, produzindo e injectando com sucesso a sua primeira molécula de hidrogénio numa turbina a gás em ambiente industrial real, após experiências prévias no Brasil.

O feito decorreu na Central Termoeléctrica do Ribatejo, localizada no Carregado, no âmbito do projecto europeu FLEXnCONFU, financiado pelo programa Horizon 2020 da União Europeia. Durante a cerimónia de inauguração do demonstrador, um eletrolisador de 1,25 MW, o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, destacou o momento como um «marco histórico» e «um primeiro passo» rumo à descarbonização da produção energética. «O hidrogénio é uma tecnologia razoavelmente embrionária e, portanto, é preciso ir dando estes passos para aprender, do ponto de vista técnico e económico, como é que funciona», afirmou.

O FLEXnCONFU reúne 21 parceiros de 10 países europeus e pretende demonstrar como centrais de ciclo combinado podem operar de forma mais flexível e sustentável, combinando gás natural com combustíveis alternativos como o hidrogénio ou o amoníaco.

Na prática, o hidrogénio é produzido localmente através de eletrólise, processo que separa a molécula de água em hidrogénio e oxigénio: é comprimido, armazenado e posteriormente misturado com gás natural para gerar electricidade com menos emissões de carbono. «O objectivo é testar precisamente como é que se comporta a central com este mix entre hidrogénio e gás natural», explicou o CEO da EDP.

O piloto estará em operação até ao início de 2026 e os resultados obtidos servirão para avaliar a viabilidade técnica e económica da co-combustão, bem como apoiar futuros investimentos em hidrogénio verde. «O caminho que é geralmente aceite e consensual na Europa é que isso seria feito utilizando hidrogénio, primeiro em pequenas quantidades», referiu o gestor, acrescentando que «depois poderíamos começar a injectar hidrogénio descarbonizado» e que «é um caminho que se vai fazendo».

Com 90% da sua produção já proveniente de fontes renováveis, a EDP reforça assim o seu compromisso com uma transição energética eficiente e sustentável, consciente dos desafios que o hidrogénio ainda enfrenta em termos de mercado, regulação e tecnologia.

Na cerimónia estiveram presentes a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho e representantes da Comissão Europeia, entre outros convidados.

Fonte: Executive Digest // LUSA

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