Portugal caiu dois lugares em 2024 no ranking de atractividade dos países europeus em termos de investimento directo estrangeiro (IDE), para nono, de acordo com o EY Attractiveness Survey.
«Este resultado enquadra-se, por um lado, numa conjuntura europeia de crescimentos económicos mais lentos, com taxas de juro elevadas e o peso das dívidas públicas ainda expressivo», refere o estudo da EY.
Por outro lado, a consultora aponta o «contexto de incerteza macroeconómica e política, com tensões regionais e globais que afectam as cadeias de abastecimento e, como consequência, a confiança dos investidores».
Ainda assim, Portugal manteve-se nos primeiros 10 países europeus mais atractivos para IDE, no ano passado, em resultado do aumento de 21% no número de novos projectos.
Segundo o estudo, o país «continua a destacar-se como um relevante centro de IDE na Europa, mantendo-se no top em termos de volume de projectos e criação de emprego, o que pode atribuir-se à resiliência demonstrada pelo país face a choques económicos e ao seu posicionamento geográfico estratégico para a captação de IDE com origem fora da Europa».
O país acolheu um total de 196 projectos de IDE, o que representa uma descida de 11% em 2024, uma vez que apesar de o número de novos projectos a entrar em Portugal ter excedido o do ano anterior em 21%, o de projectos de expansão desceu 50%.
Já a criação de emprego ligada ao investimento estrangeiro cresceu ligeiramente (1% em relação ao ano anterior), o que contrasta com a tendência europeia de diminuição expressiva (-16%). Em Portugal, a criação média de emprego por projecto aumentou 3% em 2024.
«A percepção dos investidores em relação ao talento português continua reforçada, com um reconhecimento crescente das qualificações e capacidade de inovação, embora persistam preocupações em torno da oferta de competências críticas em sectores como a tecnologia, a engenharia e a energia», aponta a análise da EY.
Apesar de continuar atractivo, apenas 60% dos executivos inquiridos prevêem estabelecer ou expandir as suas operações em Portugal dentro de um ano, abaixo dos 84% do inquérito anterior, mas ligeiramente acima da média europeia.
A confiança nas perspectivas a médio prazo também amenizou, com 61% a antecipar um crescimento da atractividade de Portugal nos próximos três anos, em comparação com os 78% do ano anterior, embora em linha com a Europa.
Este estudo define a atractividade como uma combinação de imagem, confiança do investidor e percepção da capacidade de um país ou região de oferecer os benefícios mais competitivos para o IDE, tendo sido inquiridos 200 investidores de diferentes origens: Europa Ocidental (54%), América do Norte (17%), Europa do Norte (18%), Ásia (6%) e Brasil (5%).
Fonte: LUSA